Caro Professor: minha dúvida é sobre o emprego de preposição e conjunção nos nomes e sobrenomes. Observo que os nomes das famílias Silva e Santos estão sempre acompanhados de preposição (da Silva, dos Santos). Examinando os exemplos (1) José Luís da Silva Lima, (2) José Luís Lima da Silva, (3) Pedro dos Santos Alencar e (4) Pedro Alencar dos Santos, entendo que a preposição deveria ficar entre o prenome e o nome de família, conforme exemplos (1) e (3). Nos exemplos (2) e (4), caberia o uso da conjunção E, ou seja, José Luís de Lima e Silva e Pedro de Alencar e Santos. E o senhor, o que acha?
Rita — Teresina
Minha cara Rita: presumo que não tenhas formação acadêmica em Letras, ou não escreverias “entendo que a preposição deveria…”. A ninguém — nem a ti, nem a mim, nem ao Papa — é dado o direito de entender “como deveria” se comportar a língua. Ela é o que é; nós só podemos nos esforçar para tentar compreendê-la, formulando, a partir dessa observação, as regularidades e os padrões que conseguirmos enxergar.
Não existe um padrão lingüístico para a utilização das preposições com os sobrenomes; as pesquisas que se fizeram sobre o assunto terminam batendo em preconceitos e crenças que datam do tempo em que os nobres faziam questão de usar o DE, por exemplo. Conheço um Filipe Oliveira e um Filipe de Oliveira; um Rafael dos Santos Silva e um Rafael Santos da Silva; nas minhas listas de chamada, já encontrei Paulo de Sousa Santos, Paulo Sousa Santos e Paulo Sousa dos Santos. Se descobriste alguma regra sobre isso, em algum livro, podes ter certeza de que não vale o dinheiro que pagaste por ele. Abraço. Prof. Moreno
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