Diga /pós scríptum/. Em Latim, significa literalmente “escrito depois”; no início, indicava algo que julgamos necessário acrescentar a uma carta após o seu encerramento (depois do fecho, da assinatura, etc.). Com o tempo, foi-se percebendo que esta fórmula, além de servir para corrigir nossos lapsos de memória ou simplesmente informar que haviam ocorrido alterações depois que tínhamos dado a carta por concluída, poderia servir como uma sutil estratégia retórica: depois de percorrer todo o corpo do texto, o leitor se depara com uma idéia posta em destaque, plantada ali por nós com aquela mesma aparente despreocupação com que lançamos, na fala, aquele temível “Ah! Antes que eu me esqueça…”, que sempre anuncia o que de mais importante temos a dizer. É justamente esse efeito “amplificador” do post scriptum o que explica a sua utilização nas cartas e mensagens escritas no computador, uma vez que, com os fantásticos recursos de correção e arrependimento trazidos pelos processadores de texto, poderíamos simplesmente incluir no texto aquilo que tínhamos esquecido. O Aurélio-XXI e o Houaiss registram a forma pós-escrito, modernizada; nada contra ela, mas acho que conhecer a expressão em Latim, entre outras vantagens, deixa visível a sua relação com a abreviatura, que é P. S.
Depois do Acordo: idéia > ideia