Prezado Professor: a pedido de uma amiga que está estudando para um concurso, escrevo-lhe solicitando que me explique o que é hiperonímia, uma vez que já esgotamos pesquisas em dicionários e também gramáticas. Antecipadamente, agradeço-lhe pela atenção. Maria do Carmo V. — Maceió
Prezada Maria do Carmo, hiperônimo e hipônimo são dois termos usados pela Semântica moderna, em estreita relação um com o outro. Um hipônimo é um vocábulo mais específico que outro, enquanto um hiperônimo é um vocábulo mais geral que outro. O hiperônimo é o termo mais genérico, de sentido mais abrangente, enquanto o hipônimo é o mais limitado. Um exemplo comumente encontrado nos manuais de Semântica é o de flor (hiperônimo) e rosa, dália, violeta, etc. (hipônimos). O hipônimo é sempre uma subcategoria de uma classe mais ampla: “cachorro” é um hipônimo de “animal”; “vira-lata” é um hipônimo de “cachorro”; ipso facto, “animal” é o hiperônimo de “cachorro”, de “boi”, de “cavalo”, e assim por diante. Como vês, um hiperônimo abrange seus hipônimos.
Usam-se também esses dois termos para definir a relação entre sinônimos: (vocábulos que têm quase o mesmo significado, já que não existem sinônimos perfeitos). Se examinarmos os vocábulos que estão em relação de sinonímia, veremos que geralmente um deles é mais abrangente que os demais (é o hiperônimo); os mais restritos são, logicamente, seus hipônimos: ver é hiperônimo de observar, examinar, olhar, enxergar, etc. (seus hipônimos). Entre remoto e longínquo, há uma relação de hiponímia (ou hiperonímia; dá no mesmo, pois depende apenas de que lado da cerca estamos olhando): longínquo se aplica a tudo o que está longe, enquanto remoto (mais restrito) designa o que está longe e é de difícil acesso. Tudo o que é remoto é longínquo, mas nem tudo o que é longínquo é remoto (assim como, no exemplo mais acima, todo o cachorro é animal, mas nem todo animal é cachorro). Abraço. Prof. Moreno
P.S.: Cá entre nós, Maria do Carmo, como é que isso vai fazer parte de uma prova de concurso? Fiquei curioso.