Não sei onde procurar para tirar a dúvida, mas o fato é que “sei” que o cifrão da nossa moeda, o real, possui apenas um traço, e do antigo cruzeiro tinha dois traços no S. Mas como provar para uma pessoa que escreve valores em real e corta duas vezes, ainda mais que essa pessoa é professora de segunda série de Ensino Fundamental e está ensinando errado para as crianças? Agradeço muito a sua atenção.
Hilda N. — Ribeirão Preto (SP)
Minha cara Hilda: desculpa, mas acho que estás enganada. O cifrão é representado por uma figura aproximada de um S cortado — seja por um ou por dois traços. Não existe norma quanto a isso; basta que tu examines o cifrão de diferentes fontes do processador Word, e vais ver que ele varia de uma para outra. Há também cifrões com um traço só, mas interrompido, e assim por diante.
Na verdade, se quiséssemos ser rigorosos, o cifrão deveria ser com dois traços — não interessa se para reais, cruzeiros, escudos portugueses ou pesos mexicanos. Ao menos, foi assim que ele nasceu; os americanos é que tiraram um dos traços e passaram a chamá-lo, chauvinisticamente, de dollar sign, como se ele não fosse usado alguns séculos antes dos peregrinos chegarem à América… Em moedas árabes e espanholas, os dois traços verticais representariam as duas Colunas de Hércules (o estreito de Gibraltar); o S é explicado ora (1) como uma linha sinuosa, simbolizando as correntes entre o Mediterrâneo e o Atlântico, ou a rota da expedição de Táriq, que liderou a ocupação árabe da Península Ibérica; ora (2) como uma faixa enrolada numa das colunas, como aparece no verso das lendárias peças de 8 que os piratas tanto cobiçavam. Um belo cifrãozinho dourado, com dois traços, pode ser admirado no sítio do nosso Banco Central. A professora é que está certa. Acredita em mim. Abraço. Prof. Moreno