Uma de minhas dúvidas mais freqüentes é sobre a posição do pronome: quando usar antes e quando usar depois do verbo? Por exemplo, vejo que você escreveu “uma vida toda como professor de Português me deu…”, enquanto eu escreveria deu-me. Por favor, explique-me (ou me explique) o mistério desse tipo de construção. Agradecida.
Viviane, bibliotecária
Prezada Viviane: obrigado pelos cumprimentos. Quanto ao teu problema, não é coisa para um e-mail apenas; merece um artigo, que será feito um dia, prometo. Para não te deixar sem nada, contudo, aqui vão algumas breves informações:
Em princípio, usamos (no Português Brasileiro) SEMPRE o pronome oblíquo antes do verbo (próclise), a não ser nos casos em que o verbo inicie a frase (o que deixaria, é óbvio, o pronome na cabeça da frase). Por isso, deves preferir “o livro SE encontra”, “todos ME esperavam”, “eu me confundo” — e assim por diante. Toma cuidado, que a maioria das regras de colocação do pronome que vais encontrar nas gramáticas veio de Portugal, que desenvolveu um sistema prosódico diverso do nosso. Bem fez a editora Nova Fronteira, que encomendou a Nova Gramática do Português Contemporâneo a um brasileiro (Celso Cunha) e a um português (Lindley Cintra), a quatro mãos. Não é por nada que, no capítulo sobre a colocação do pronome, eles façam recomendações substancialmente diferentes. Abraço. Prof. Moreno
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