Prof. Moreno, numa resposta anterior, o senhor afirmou que devemos escrever Júlia com acento. Porém, gostaria de saber se, com a aprovação das novas regras ortográficas, este nome continua a ser acentuado. Muito obrigada! Karla D. — Brasília
Prezada Karla, as novas regras não alteraram a acentuação das paroxítonas terminadas em ditongo crescente, como Mário, água, história, Júlia, etc. Como bem sabes, tanto a regra de 1943 quanto a atual consideram necessário marcar essas palavras com acento por causa da instabilidade intrínseca dos ditongos crescentes: numa pronúncia silabada, eles facilmente podem se desfazer, o que resulta no incremento de uma sílaba após a tônica. Júlia, por exemplo, tem duas sílabas na escrita (Jú-lia) e duas na fala (/jú-lia/), mas nada impede que, numa pronúncia escandida, ela passe a ter três (/jú-li-a/) — o que a tornaria, neste momento, uma proparoxítona. Para distinguir estas palavras das verdadeiras proparoxítonas, os gramáticos costumam chamá-las de proparoxítonas eventuais, relativas ou aparentes (podes ler mais sobre isso em paroxítona ou proparoxítona?). Este acento continua. Abraço. Prof. Moreno