Gostaria de saber a pronúncia correta da marca de telefone Nokia. Liguei para a Telecom e a atendente insistiu que o correto é /nókia/, enquanto defendi que fosse /nokía/. Ela informou que esta foi a instrução que recebeu no treinamento. Vem ainda a marca de camionete Hilux. Em revendas de autopeças a briga é grande; na concessionária Toyota o pessoal pronuncia /railux/, enquanto outros dizem simplesmente /rilux/. Sem mais, agradeço.
André C. P.- Cuiabá – MT
Meu caro André: deves perceber que tua dúvida é sobre a pronúncia de nomes estrangeiros, o que vai muito além do alcance da minha página (ela trata da sua, da nossa língua, lembra?). No entanto, acho que posso fornecer alguns dados para meditação. Os nomes comerciais de outros países devem, em princípio, ser pronunciados ao jeito deles, não ao jeito dos vocábulos nacionais. Sei que os finlandeses dizem /nókia/, e assim eu pronuncio. No entanto, é normal que um leitor brasileiro aí tente aplicar o padrão fonológico habitual para vocábulos com essa grafia, que leva à leitura instintiva /nokía/(rimando com folia e mania). O jeito é esperar, para ver qual delas será a preferida. No caso da Texaco, por exemplo, venceu no Brasil a pronúncia /techaco/, bem diferente da /teksakou/ dos americanos. Já nos produtos Cashemere Bouquet, patrocinadores das antigas novelas de rádio, a pronúncia vitoriosa foi a mesma proposta pelos fabricantes; apesar de exigir uma leitura à francesa, a divulgação via rádio do nome tornou fácil sua aceitação por todos: /caximir buquê/.
Claro que está fora de questão aplicar a esses nomes as nossas exigências de acentuação gráfica ou de emprego das letras. Com são marcas estrangeiras, cada falante lê como sabe (ou acha que sabe); não é, portanto, de espantar que haja divergências na pronúncia da nova Hylux da Toyota. Por falar nisso, como é que tu pronuncias Renault? E American Airlines? E o air de Air France? E Goodyear? E quando dizes Volkswagen, o primeiro fonema que pronuncias é /f/ ou /v/? Pensa sobre isso, e entenderás a minha mensagem. Abraço. Prof. Moreno