“Olá!!! Me chamo Vanessa e sou do Rio de Janeiro. Gostaria de saber se os nomes próprios precisam realmente levar acento? Por exemplo, Claudio, pela regra de acentuação, deveria ser acentuado, mas em alguns casos isso não acontece. Por quê? Aguardo ansiosa a resposta. Vanessa S.
Minha cara Vanessa: os nomes próprios estão sujeitos às mesmas regras de acentuação que os nomes comuns. Cláudio, Sérgio, Flávio, César, Aníbal, Félix, Dóris, Zilá, André — todos são acentuados. Ocorre que a lei permite ao cidadão portar (se ele quiser — e se ele agüentar!) o nome da maneira como foi registrado. Ora, como o Brasil só começou a ter uma Lei Ortográfica a partir de 1943, muitos Claudios, Sergios, etc., nascidos antes dessa data, escrevem lá à sua maneira — da mesma forma que também se vê a grafia Cezar, Luiz, Suzana, que hoje se escrevem com S. A alteração do nome para a forma correta pode ser requerida ao Judiciário, num processo relativamente simples. Esse recurso não me parece necessário se o problema for simplesmente o acento: quem foi registrado sem o acento devido, ou com um acento desnecessário, pode corrigir por conta própria a grafia de seu nome, que isso não é um detalhe que prejudique a sua identificação civil em documentos. Por exemplo, se meu pai e minha mãe não tivessem posto o acento no meu Cláudio, eu o poria por mim mesmo, e ninguém poderia alegar que “na certidão está sem acento”. O acento não é levado em conta na caracterização do nome do indivíduo; por isso, o melhor é sempre acentuar de acordo com a regra de acentuação que estiver vigorando, independente do registro civil.
Nota que isso também vale para o futuro: se um dia os acentos vierem a ser eliminados do nosso sistema ortográfico (a esperança é a última que morre!), nessa mesma data deixarei de usar o meu acento no A de Cláudio. Já vimos isso: quando foi adotado o sistema de 1943, o nome da cidade de Porto Alegre passou a ser grafado com o acento circunflexo diferencial: Pôrto Alegre. Em 1971, esse infeliz acento foi eliminado, e voltamos a escrever Porto Alegre. Vale o que estiver vigendo na hora em que vou escrever. Abraço. Prof. Moreno
Depois do Acordo: agüentar > aguentar