1) Prezado Doutor: li sua resposta acerca das opções de uso, em língua portuguesa, para a palavra Shopping Center e fiquei curiosa… Por que a sugestão da escrita xópin, xópins? Não seria admissível escrever”chópim ou chópin? Por que a preferência pelo X, uma vez que são poucas (relativamente) as palavras portuguesas iniciadas com esta letra? E, ainda, por que o final da palavra seria com a terminação -in e não com -im, que parece ser muito mais comum na nossa bela língua? Um grande abraço.
Márcia G. Nunes — Belo Horizonte.
2) Caro Professor Moreno: lendo a matéria sobre o plural de shopping center e a possibilidade de um aportuguesamento, levantei duas dúvidas: (1) se existe uma tradução (centro comercial), seria necessário aportuguesar? (2) em caso de se decidir pelo aportuguesamento, não seria melhor escrevê-la com ch? Para dizer a verdade, me parece estranho esse aportuguesamento, mas enfim… Se acostumamos com futebol e com apagão, no lugar de football e blackout, poderemos nos acostumar com centro comercial no lugar de shopping center. Obrigada pela atenção.”
Rosinha — Rio das Ostras
Minhas prezadas leitoras: em primeiro lugar, quero deixar bem claro que prefiro a tradução centro comercial ao aportuguesamento xópin. Contudo, tenho certeza de que a maioria dos falantes não gosta de centro comercial. Nesse caso, assim como aconteceu com football>futebol, a tendência é passarmos de shopping para xópin.
Por que X, e não CH? A resposta é simples: porque é com X que costumamos nacionalizar os vocábulos estrangeiros grafados com sh: shilling>xelim; shampoo>xampu; shaman>xamã; Shangai > Xangai; Sherazade>Xerazade; Hiroshima> Hiroxima. Celso Pedro Luft aponta como um raro caso divergente o nosso chutar, proveniente do Inglês shoot, que deveria ter dado *xutar, mas não deu, e agora é tarde (. Se um dia vencermos nossas resistências e aportuguesarmos show, a forma resultante vai ser xou — a mesma usada pela Xuxa em seu famoso programa de televisão, que tantos bois-cornetas criticavam (cá para nós, mil vezes essa grafia, por esquisita que seja, do que a original, com seu SH e o seu W!).
Quanto à possibilidade de usar M no final, confesso que não me parece totalmente absurda a hipótese. Entretanto, prefiro o N pelo fato de todos os vocábulos terminados em -im serem oxítonos: capim, aipim, espadim, etc. Abraço para as duas. Prof. Moreno